quinta-feira, 31 de maio de 2012


África em alerta: países enfrentam seca, epidemia e conflitos civis

quinta-feira, 26 / janeiro / 2012 by Daiane Souza

Por Daiane Souza

O relator especial das Nações Unidas sobre Direito à Alimentação, Olivier De Schutter, alertou, na última terça-feira (24), para outra possível tragédia alimentar em países da África depois de o continente ter passado pela maior seca dos últimos 60 anos. As safras ruins e o aumento dos alimentos foram consequências que, segundo dados do Banco Mundial, afetaram 70 milhões de pessoas somente no último semestre de 2011.

Os países atingidos até então são: Chade, Mali, Mauritânia e Níger. Mas, as preocupações se estendem a Burkina Faso, Senegal, Camarões e Nigéria. Entre as pessoas afetadas, seis milhões vivem no Níger, 2,9 milhões em Mali e outras 700 mil na Mauritânia. A gravidade do problema se dá ao fato de que somente no Chade e na Mauritânia o déficit de grãos é maior que 50% comparado ao do ano anterior.

De acordo com De Schutter, a maior parte dos governos desses países já declarou estado de emergência e solicitou assistência internacional. “Não podemos esperar que pessoas morram de fome para agir”, pontua. Para ele somente uma ação global poderá evitar uma crise nutricional em larga escala.

De Schutter destacou ainda que na atualidade é possível prever com precisão a escassez de alimentos e que as crises anteriores deixaram importantes lições. “Agora precisamos da resposta internacional. O mundo não deve cometer os mesmos erros. Temos uma chance e o dever de salvar vidas”, afirmou recordando a demora de resposta à crise que atingiu o Chifre da África.

Epidemia – Na Etiópia, a ONU registrou suspeitas de poliomielite em crianças somalis abrigadas em campos de refugiados e em comunidades próximas. Também conhecida como paralisia infantil, a doença afeta o sistema nervoso causando paralisia irreversível em aproximadamente um a cada 200 casos.

A fim de confirmar os casos, mostras foram coletadas e enviadas a laboratórios em Adis Abeba, capital do país. De acordo com a ONU, haverá vacinação em massa nos campos de refugiados de Dollo Ado logo que o vírus for identificado. Além disso, uma campanha nacional será iniciada em 27 de janeiro para evitar a proliferação da doença, uma vez que o vírus é transmitido a partir de água e comida contaminada.

Parcerias – Com o objetivo de facilitar a troca de experiências e a cooperação técnica no campo social entre países, o Governo Brasileiro lançou na última semana a cartilha do Plano Brasil sem Miséria em seis idiomas: inglês, francês, espanhol, árabe, russo e mandarim. A ideia é que países, especialmente do continente africano, tenham conhecimento das políticas sociais brasileiras direcionadas à erradicação da pobreza.

Rômulo Paes, secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Agrário, afirma que alguns países africanos já apresentam experiências bem sucedidas de políticas públicas espelhadas no Brasil. “Há um compromisso sincero do Governo Brasileiro em transmitir suas políticas sociais para desenvolvimento de outros países”, ressaltou alertando para a importância da continuidade das parcerias e intercâmbios entre os países emergentes.

Conflito étnico –
No Sudão do Sul, o presidente Salva Kiir Mayardit alerta para as proporções do conflito étnico que já afeta a mais de 120 mil pessoas. Há pelo menos um mês são comuns os choques entre as etnias Lou Nuer e Murle no Estado de Jonglei. Um dos grupos chegou a enviar pelo menos 6.000 guerreiros para atacar a etnia adversária. Para a ONU, a única maneira de proteger civis na zona de conflito é por meio do envio de tropas para as áreas de amortecimento entre as comunidades envolvidas.

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